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Mostrando postagens de 2019

Nem sempre dá pra agradar todo mundo

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Às vezes temos que priorizar as coisas realmente importantes e algumas pessoas não compreendem. A minha experiência é que muitas vezes na nossa vida, por mais que tentemos fazer o nosso melhor, não conseguimos agradar todo mundo. E como lidar com isso sem que o mau pensamento dos outros sobre nós não nos tire a paz? Um bom pensamento é o pensamento da morte. Se eu morresse hoje, em quais vidas minha ausência faria uma real diferença? Quem sentiria minha falta de tal forma que teria que configurar toda sua vida para se adequar a mudança que a minha partida traria? São poucas, pouquíssimas pessoas. Em todas as outras, arrancaríamos no máximo dez minutos de lágrimas e algumas horas no pensamento. No mais, vida que segue. Está aí um bom termômetro. Considerar a opinião das pessoas que você faz uma diferença real na vida delas e que suas atitudes as afetam diretamente. Isso é um bom começo para o caminho de um dia nos importarmos apenas com o que pensa Aquele que criou tudo e nos ama mais d

Cooperar com Deus

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“O homem não colhe o fruto completo dos Sacramentos, recebidos depois do uso da razão, se não cooperar com a graça.”  (Isso explica tanta coisa! Uma das coisas que acho mais admiráveis na vida espiritual é quando Deus mesmo nos ilumina com uma verdade e depois encontramos confirmação e eco nos ensinamentos da Igreja.) Esses dias fizemos 4 anos de casados e Deus tem nos cumulados de tantas graças que não conseguiria nem inumerar aqui. Visitamos lugares santos, conhecemos pessoas santas, ganhamos um diretor espiritual, um filho lindo, amigos maravilhosos, conversões em nossa família, uma casa, um bom emprego, enfim, são tantas as bênçãos que nos constrange. E sei que somos indignos delas mas, ao mesmo tempo, sei que, quanto mais correspondemos a graça, mais Deus nos abençoa. E isso não é teologia da prosperidade não! Até porque a grande maioria das bênçãos que Deus nos envia não podem ser compradas com dinheiro. E também temos cruzes, só que as vivemos em vista da ressurreição. E isso m

Entre livros e brinquedos

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Esta é a foto da minha sala como ela está na maioria dos dias. Meu filho já está com mais de um ano e simplesmente ama bagunçar. Tenho estudado muito sobre educação infantil e aprendi que nossas crianças são apenas pequenas cientistas, não há momento em que aprendem mais do que quando estão explorando. E isso, na maioria das vezes, significa uma bagunça bem grande! Me sinto tão privilegiada por poder compartilhar esses momentos de descobertas do meu bebê que posso afirmar que não trocaria isso por nada que fosse extremamente necessário. Não trocaria essa presença por mais dinheiro em minha conta bancária, por exemplo.  Tem coisas na vida que não têm preço e que não voltam. Essa fase, esses pequenos momentos de travessura, esses sorrisinhos, esses choros, essas pirraças, esses beijos e abraços, valem mais que ouro puro. Não quero que o tempo passe nem mais depressa nem mais devagar, só quero estar aqui agora onde estou, amando e servindo, e isso me faz feliz. Obrigada, meu Deus, por ess

Perdoe, ame, sempre.

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“Se eu fosse conhecer os traficantes de escravos que me seqüestraram e até os que me torturaram, eu me ajoelharia e beijaria as suas mãos, pois se isso não tivesse acontecido, eu hoje não seria cristã e religiosa.”  (Santa Josefina Bakita) Estamos vendo, neste primeiro semestre de 2019, muitas notícias trágicas no Brasil, mortes precoces e acidentais, vidas ceifadas sem aviso. Tudo isso me leva a pensar e repensar se estou dando o meu melhor hoje, se estou agindo com os outros como se não houvesse uma outra chance. Tenho que confessar que, desde que me converti a fé católica, tenho tentado viver o perdão e a reconciliação, mas nem sempre foi possível. Acontece, às vezes, que por mais que eu me esforce, a própria situação não contribui. Ou são visões diferentes que não irão mudar, ou temperamentos incompatíveis, ou amizades que se desfizeram com o tempo e a distância.  Isso costumava me fazer sofrer, até que percebi há bem pouco tempo, que querer estar “de bem” com todo mundo pode ser

São José de Anchieta para Patrono da Educação

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Entre os inúmeros feitos de São José de Anchieta, como ter elaborado a primeira gramática da língua tupi, ter feito diversos milagres e doado sua vida para que nossos índios conhecessem a Jesus, nada foi tão grande na sua vida quanto seu amor a Jesus e Maria. Nosso santo tornou-se muito conhecido pela sua prisão por cinco meses, quando esteve refém dos índios tamoios, em 1563. Durante esse período escreveu, nas areias da hoje praia do Cruzeiro, um belíssimo poema dedicado a Nossa Senhora com quase 5 mil versos, os quais ele sabia de cor.   Confesso que poucas coisas me emocionaram tanto na vida como ouvir declamado esse poema. Segue um pequeno  trecho do “Poema à Virgem Maria”, escrito originalmente em latim: Minha alma, por que tu te abandonas ao profundo sono? Por que no pesado sono, tão fundo ressonas? Não te move à aflição dessa Mãe toda em pranto, Que a morte tão cruel do Filho chora tanto? E cujas entranhas sofre e se consome de dor, Ao ver, ali presente, as chagas que Ele padec

A Ilusão da Fama

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Hoje qualquer pessoa consegue ter alguma relevância nesse mundão sem dono chamado internet. Uma ou duas palavras que chamem mais atenção pode transformar um completo anônimo no próximo entrevistado da Fátima Bernardes. Não é simples perceber a linha tênue entre a necessidade e a vaidade, e muitos de nós nos perdemos entre likes e haters, buscando o aplauso no lugar da verdade. Espero, sinceramente, estar caminhando na direção correta. Melhor ganhar inimigos em defesa do bem do que ganhar amigos negando-me a mim mesma.  Nossa geração foi esculpida com areia, mas ao vir a onda das modas, apenas as pedras ficarão intactas.

Mãe da mãe

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Belíssimo texto de Rafa Brites, mas que não poderia  transparecer mais o que senti no meu puerpério. "Enquanto os olhos do mundo estão no bebê que acaba de nascer, a mãe da mãe enxerga a filha, recém-parida. O papel de avó pode esperar, pois é a sua menina que chora, com os seios a vazar. A mãe da mãe esfrega roupinhas manchadas de cocô, varre o chão, garante o almoço. Compra pijamas de botão, lava lençóis sujos de leite e sangue. Ela sabe como é duro se tornar mãe.  No silêncio da madrugada, pensa na filha, acordada. Quantas vezes será que foi? Aguentará a manhã com um sorriso? Leva canjica quentinha e seu bolo favorito. Atarefada, a mãe da mãe sofre em silêncio. Em cada escolha da filha, relembra suas próprias. Diante de nova mãe, novo bebê, muito leite e tanto colo, questiona tudo o que fez, tempos atrás. Tempo que não volta mais. Se hoje é o que se tem, então hoje é o que é. Olha nos olhos, traz pão e café. Esse é o colo, esse é o leite. Aqui e agora, presente. A mãe da mãe aj

Marta e Maria

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Precisei de muitos anos, divididos entre recém-conversão, vida religiosa, vida leiga e matrimonial, pra entender toda a profundidade de que ser Marta ou Maria independe da realidade exterior.  Há almas dispersas no Carmelo de clausura e almas completamente contemplativas na vida leiga. Hoje vejo que no meio de muitas tarefas e pessoas, é possível “escolher a melhor parte”, estar constantemente aos pés de Jesus a ouví-Lo com atenção. Porque o seu coração está onde está o seu tesouro e quem encontra o tesouro escondido no campo, vende tudo o que tem pra comprar aquele campo.  Isso não quer dizer que as tarefas não mereçam toda nossa atenção e zelo, principalmente quando estamos lidando com as pessoas que amamos. Mas que, quando temos em Jesus nosso coração, todas as outras coisas ordenam-se a Ele, como os planetas giram em torno do Sol e são por ele iluminados. O erro de Marta não foi estar cozinhando e servindo, mas ter colocado ali a sua paixão. Mas assim como ela aprendeu e tornou-se

Jesus e eu

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Jesus nasceu, viveu, morreu, ressuscitou e subiu aos Céus e este seu olhar continua nos atraindo como se vivêssemos em Nazaré.  A fé é um dom, mas como explicar esse magnetismo da pessoa de Cristo, que dividiu a humanidade em antes e depois dEle, sem ver que trata-se de uma pessoa divina? Como não ver que essa atração quase que orgânica provém do fato de que viemos dEle e nossa alma não descansará a não ser nEle?  Ah esse Jesus Nazareno, tão humano e ao mesmo tempo tão divino! Tão suavemente amigo e mestre, tão delicado em Seu amor! Uma vez que nossos olhares cruzaram-se, não há um só dia em que não me dói não ter O amado mais! “Um homem viveu, há séculos, no Oriente. E eu não posso olhar para uma ovelha, uma andorinha, um lírio, um campo de trigo, uma vinha, uma montanha, sem pensar nEle.” (G. K. Chesterton)

Dois pesos e duas medidas

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É incrível a nossa capacidade de olhar com tanta piedade para nossos defeitos e com total intolerância para os defeitos dos outros. Para nós, toda a compaixão, para os outros, justiça pura. Jesus disse que seremos medidos pelo justo juiz com a mesma medida que medimos os outros, tamanha importância Ele dá aos nossos julgamentos. Já que nosso amor é pouco, que pelo menos pelo temor pudéssemos ser mais misericordiosos. No fundo, toda essa nossa pseudo sede de justiça é falta de fé. Se nossa fé fosse viva, saberíamos confiar que Deus mesmo, que sonda os corações, não deixará de dar a cada um o que merecer por seus atos. Hoje muitos pedem: mais amor, por favor. Mas o que está em falta mesmo é algo que também produz amor, além de fé e esperança: a santidade. Imitar a Jesus e querer estar em Sua Divina companhia deveria bastar. Mas, “ocupados” que somos, temos apenas tempo sobrando para direcionar nossos dedos acusadores ao vizinho, enquanto ao mesmo tempo, cultivamos as ervas daninhas de e

A Natureza fala

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Hoje é o primeiro dia com neve do ano. Primeira vez que o Pedrinho vê a neve (ano passado ele era recém nascido) e primeira vez que neva e o Cisco não está conosco. Ele amava a neve, ficava pulando e suas patinhas iam marcando o caminho, ficava branquindo mas não queria entrar mesmo no frio! Essa época do ano ele usava seu casaquinho cinza pra sair, o mesmo que ontem guardei e me fez chorar. Ontem quando o levamos pra ser cremado, a cachorra da vizinha escapou e veio na direção do carro. O gato do vizinho entrou aqui em casa e quando colocamos o corpinho do Cisco no carro, ele veio e parou atrás do pneu do como se fosse pra não deixar que a gente saísse. Os animaizinhos da vizinhança vieram se despedir desse pequeno grande. Pequeno no tamanho mas grande na lealdade incondicional.  Hoje Deus nos mandou a neve pra que compreendamos que devemos guardar as boas lembranças. É o começo de um novo ciclo, de uma casa um pouco mais vazia por um lado mas um pouco mais cheia por outro. Cheia da m

Meu cachorrinho se foi

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Hoje, dia 20/01/2019, dia de São Sebastião, Deus decidiu nos tirar a companhia do nosso anjinho de quatro patas. Um pequeno deslize, ele fugiu e foi atropelado. Quanta dor quando meu esposo trouxe ele enrolado num cobertorzinho dizendo que ele não tinha resistido.  O Cisco foi meu presente de aniversário pro Felipe em Fevereiro/2017. Ele sempre quis um cachorrinho e num dia que precisou fazer uma prova em Dublin eu comprei escondido e pedi a nosso amigo Michael para ir comigo buscar. Que alegria! Desde sempre ele foi um cachorrinho tão amável e alegre! No mês seguinte eu engravidei, e o Cisco foi meu companheirinho nos meus enjôos, cansaços e dores. Sempre foi minha sombra, onde eu ia, ele ia. Amava crianças, nossos vizinhos pequeninos pediam pra passear com ele de tão bonzinho que era! Nunca mordeu ninguém nem objeto nenhum, nem uma meia, nem um sapato, nada. Queria fazer amizade com todo mundo que nos visitava. Quando chegou nosso bebêzinho, muitos disseram que ele ficaria com ciúme

Coração à deriva

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Quando eu era religiosa, tinha meu coração protegido de decepções e perdas, já que a regra número um para os consagrados é não se apegar a coisa alguma, mesmo pessoas, mesmo familiares. Um coração livre e totalmente consagrado a Deus é o que buscava. E assim foi por dez anos até o Senhor do universo me convocar a vida matrimonial. Tive que sair da minha segurança, abrir o cadeado do meu coração e doá-lo sem reserva a um ser humano falho e mortal, meu amado esposo. E, por mais maravilhoso que ele seja, mesmo que nunca me decepcione, ele pode adoecer ou ir para junto de Deus primeiro que eu. Só de pensar nessa possibilidade, me aperta o peito. Percebi já no namoro que eu já não tinha as rédeas do meu coração e viver já não era tão simples como antes, em que a regra e a obediência bastavam. E eis que um belo dia eu me tornei mãe. Agora, não mais meu coração estava à deriva mas sim, se equilibrando constantemente à beira de um precipício. Como se pode viver um amor tão descompensado como

Pontos de vista

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Nessa época de eleições e novo governo, as discussões na internet estão bem afloradas. Apesar de eu não ser relativista nem de ideias flexíveis, cheguei a uma determinada conclusão: há certos tipos de assunto que não há condições de discussão com determinadas pessoas. Explico melhor. Se partimos de ideias bases completamente distintas, nunca chegaremos a um consenso. Se, por exemplo, discuto com um ateu sobre a maternidade virginal de Maria, para ele esse fato não faz nenhum sentido já que, não acreditando em Deus, ele também não acredita em milagres. Sendo assim, qualquer discussão sobre esse ponto específico torna-se infrutífera, visto que primeiro teríamos que convencê-lo da existência de Deus. Portanto, antes de entrar em qualquer discussão, primeiro pondero se há alguma congruência em ideias basilares. Caso sim e a pessoa tem alguma humildade para aprender, tento guiá-la pelo caminho da mais pura coerência. Caso não, apenas explico que não há sentido em discutir e viro a página.