São José de Anchieta para Patrono da Educação






Entre os inúmeros feitos de São José de Anchieta, como ter elaborado a primeira gramática da língua tupi, ter feito diversos milagres e doado sua vida para que nossos índios conhecessem a Jesus, nada foi tão grande na sua vida quanto seu amor a Jesus e Maria.

Nosso santo tornou-se muito conhecido pela sua prisão por cinco meses, quando esteve refém dos índios tamoios, em 1563. Durante esse período escreveu, nas areias da hoje praia do Cruzeiro, um belíssimo poema dedicado a Nossa Senhora com quase 5 mil versos, os quais ele sabia de cor.  

Confesso que poucas coisas me emocionaram tanto na vida como ouvir declamado esse poema. Segue um pequeno trecho do “Poema à Virgem Maria”, escrito originalmente em latim:

Minha alma, por que tu te abandonas ao profundo sono?
Por que no pesado sono, tão fundo ressonas?
Não te move à aflição dessa Mãe toda em pranto,
Que a morte tão cruel do Filho chora tanto?

E cujas entranhas sofre e se consome de dor,
Ao ver, ali presente, as chagas que Ele padece?
Em qualquer parte que olha, vê Jesus,
Apresentando aos teus olhos cheios de sangue.

Olha como está prostrado diante da Face do Pai,
Todo o suor de sangue do seu corpo se esvai.
Olha a multidão se comporta como Ele se ladrão fosse,
Pisam-NO e amarram as mãos presas ao pescoço.

Olha, diante de Anás, como um cruel soldado
O esbofeteia forte, com punho bem cerrado.
Vê como diante Caifás, em humildes meneios,
Aguenta mil opróbrios, socos e escarros feios.

Não afasta o rosto ao que bate, e do perverso
Que arranca Tua barba com golpes violento.
Olha com que chicote o carrasco sombrio
Dilacera do Senhor a meiga carne a frio.

Olha como lhe rasgou a sagrada cabeça os espinhos,
E o sangue corre pela Face pura e bela.
Pois não vês que seu corpo, grosseiramente ferido
Mal susterá ao ombro o desumano peso?

Vê como os carrascos pregaram no lenho
As inocentes mãos atravessadas por cravos.
Olha como na Cruz o algoz cruel prega
Os inocentes pés o cravo atravessa.

Eis o Senhor, grosseiramente dilacerado pendurado no tronco,
Pagando com Teu Divino Sangue o antigo crime!
Vê: quão grande e funesta ferida transpassa o peito, aberto
Donde corre mistura de sangue e água.

Se o não sabes, a Mãe dolorosa reclama
Para si, as chagas que vê suportar o Filho que ama.
Pois quanto sofreu aquele corpo inocente em reparação,
Tanto suporta o Coração compassivo da Mãe, em expiação.

Comentários

  1. daria uma bela música...vou tentar colocar uma melodia

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    Respostas
    1. Há 3 anos do comentário, se surgiu a melodia, é possível disponibilizar a música?

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