Bebês também têm problemas (e muitos)


Uma das coisas mais injustas que existe é dizer que os bebês têm vida boa. É muito comum ouvirmos coisas do tipo: “queria ser um bebê, só come e dorme”, “bebês não tem preocupações”, “se eu pudesse seria criança pra sempre e não teria contas pra pagar”. Será mesmo que só nossos boletos atrasados são problemas reais? Com certeza não.
A criança passa por diversas fases muito difíceis de superar, mas vamos nos ater ao primeiro ano de vida do bebê nesse texto.
O primeiro grande desafio pra ele é viver fora do útero. Ele estava lá, quentinho e protegido, e de repente o corpo da mãe começa a empurrá-lo pra fora. Que choque, que frio, que trauma! Ele não sabe o que está acontecendo, se sente perdido no espaço, onde ficaram os limites do útero? 
Por instinto, ele procura o seio da mãe, mas quem disse que ele sabe se alimentar? Ele suga de qualquer jeito, o leite não sai, ele sente fome pela primeira vez. Ele tenta dormir mas não consegue mais se aconchegar na posição que ele dormia, faz cocô, faz xixi e se suja. Quanta coisa nova e incômoda! Muito choro!
Quando finalmente ele consegue se alimentar e encontrar uma posição pra dormir, vem as cólicas! O intestino não nasce funcionando, e o bebê sofre mais uma vez. Meses a fio com dores que pouco podemos dar alívio! 
O banho é tão estranho, colocar roupas é tão estranho! Como chora esse neném!
Só o que ele queria era poder ficar com sua mamãe pra sempre. Mas a vida lhe desafia. A angústia que ele sente da separação da mãe dói nele como uma dor física. E isso se estende por meses e meses. É difícil pra ele aceitar que ele e a mãe são duas pessoas diferentes já que ficaram longos nove meses tão unidos. 
Isso sem falar na impotência e na dependência. Ele não consegue dizer o que estar incomodando, se tem dor de cabeça, dor de barriga ou uma simples coceira. A mamãe vai tentando adivinhar, mas não é nada fácil!
Chega a fase da introdução alimentar e além do bebê ter que reaprender a comer, seu intestino tem que reaprender a funcionar. Mais dor, mais estranheza.
Junto com isso tem uns dentinhos rasgando sua gengiva! Como dói, como coça!
Vou parar por aqui, mas poderia continuar e até mesmo escrever um livro sobre isso. Muito se pede empatia para com as recém-mamães e elas realmente precisam, mas vamos também nos colocar no lugar dos bebês. Essas pessoinhas sem vez e sem voz que estão dando o seu melhor pra se adaptar a esse mundão! O bebê não está fazendo manha, ele não está viciado em colo. Ele está apenas querendo dizer que precisa de apoio, amor, cuidado e um pouquinho de compreensão. Afinal, todos nós já passamos por isso, não é mesmo?



Comentários

  1. verdade...até hoje eu sofro por estar fora do útero da minha mãe...e já tenho 41 anos...

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  2. É verdade! Resumimos apenas em pagar boletos ou seja queremos o cômodo. Pe Fábio em uma pregação fala q já nascemos "sofrendo" sendo expulso do útero.

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